Só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
Olavo Bilac
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Ouvir estrelas
Olavo Bilac
Ora, direis, ouvir estrelas, certo
Perdeste o senso, e eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto
Cintila; e, ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto
Direis agora: Tresloucado amigo
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?
E eu vos direi: Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
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Poemas e poesias
Leia as obras do autor (clique no título):
1. Contos para Velhos (contos)
2. As Viagens (poesia)
3. Alma Inquieta (poesia)
4. Profissão de Fé (poesia)
5. O Caçador de Esmeraldas (poesia)
Olavo Bilac
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro, considerado o principal representante do parnasianismo no país. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.